No dia 21/12 a teledramaturgia brasileira completou 70 anos, influenciando famílias e criando filtros civilizatórios que ainda são muito relevantes.

A atriz Regiane Alves postou nas redes sociais sobre um papel marcante em sua carreira, a personagem Doris, que era extremamente violenta com os avós, o que deu visibilidade à causa, levando a aprovação do Estatuto do Idoso.

Geralmente ouvimos sobre o assunto em relação às crianças, mas são comuns os casos de violência e abandono entre adultos, é o chamado “abandono afetivo inverso”.

A filiação é a relação de parentesco entre duas pessoas, uma filha da outra, que gera direitos e deveres recíprocos, não apenas aqueles sobre a sucessão e herança.

É comum ao tornarem-se adultos que os filhos sigam a própria vida, construindo novas raízes longe dos pais, porém, independente de crenças religiosas ou transformações sociais, “amar é uma faculdade, cuidar e respeitar é um dever”:

CF Art. 229.: Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

Lei 10.741/2003, Art. 3º.: É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público, assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

O projeto de lei 4.229/2019, em trâmite no Senado Federal, propõe a responsabilização civil subjetiva dos filhos no caso de descumprimento do dever de cuidado, amparo e proteção do idoso, pelo dano gerado a ele (sentimento de isolamento, de solidão, quadros depressivos, entre outros).

Mais do que criar leis para punir o abandono afetivo, precisamos rever a rede de proteção aos idosos, porque isso inclui cada um de nós. A expectativa de vida no Brasil é de 76,7 anos, de acordo com o IBGE.

Nessa época de festas, acolha e integre os idosos da sua família.